Páscoa em Gramado + 1 filme

Lá fomos nós comprar chocolate. Em Gramado, claro.
Nenhum de nós lembrou da Chocofest, uma das mais temidas festas do ano.
Bem, montei um plano de ataque: meu pai ficou no carro dando voltas e mais voltas no quarteirão, enquanto eu e Mama fazíamos as compras, correndo. Eu só precisava de alguns chocolates, todos iguais, para o pessoal do trabalho. Ainda consegui alguns cliques rápidos para o blog. 
É difícil tirar fotos. O pessoal quer se retratar junto e não é só um clique, é toda uma enrolação. Dá vontade de gritar: "tem mais gente esperando!".

Há algumas regras a serem seguidas nas épocas de natal e de páscoa. A primeira delas é não ir em Gramado. Certo. Mas se eu realmente não resisto à tentação e preciso ir, ao menos para saciar a curiosidade (nem que seja para dizer, "há 15 anos atrás foi o natal mais lindo de todos os tempos"), é melhor ir num dia de semana. Segunda-feira, às 09 horas, é o horário ideal. Eu já fiz isso e cheguei a bater na porta de uma loja para que abrisse, pois eu precisava comprar uma bolsa. Tem gente que não se toca....

Final de semana é para turista. Mas o pior é quem tira foto do pórtico. Hoje meu pai perguntou se eu queria fotografar o pórtico. Gente, Gramado nunca decora o pórtico decentemente! Eu só olhei e disse: "colocaram dois ovos podres ali". Eu tirei foto do pórtico quando ele foi inaugurado. Estou falando do pórtico "novo", não daquele todo feito de pedras. O de pedras acho que ninguém perde tempo fotografando mesmo. E ele é até mais bonito. 

Vejam que coelho lindo! Agora que estou vendo os docinhos ali embaixo. É tanta gente que não sei se é pior andar a pé ou de carro. 

Nessas duas fotos, estou tentando mostrar para vocês os enfeites nas ruas.
Não vão pensar, com esse texto, que eu não gosto de turistas. Logo eu!!!

O engraçado é o clima de festa. É só coelho, ovos, chocolates. 
Música alta na rua coberta, um tum-tum-tum que estava me dando nos nervos. Eu ia matar alguém se não saísse dali em 5 minutos. E todo mundo dançando com as crianças - o bom gosto musical é algo em extinção mesmo. 

E quando eu entrei no carro (finalmente), perguntei aos meus pais, que são do tempo antigo, *** se hoje não é domingo de Ramos. Eles confirmaram, até viram algumas pessoas com uns ramos nas mãos. Então vejam bem, a rua coberta fica quase em frente à Catedral. Pelos meus poucos conhecimentos, estamos no período da quaresma, a última chance de festa foi no carnaval (certo?), agora é época de moderação. Esse período se encerra na páscoa, que não é a vinda do coelhinho do chocolates, mas a ressureição de Cristo. 
O tum-tum-tum e a farra do chocolate não é meio ofensivo?
Ora vejam só, será que o capitalismo está conseguindo fazer com eu defenda a Igreja? Não, não é isso.
Eu só peço um pouco de coerência.
Se você é cristão, você celebra a páscoa. 
Você não pode rezar para o coelhinho.
Se você não é cristão, tem páscoa?

*** do tempo que as pessoas iam à Igreja e não dançar na praça.
Do tempo em que as crianças não escolhiam os passeios e os presentes, não mandavam nos pais. E ganhavam ovos pintados à mão no domingo de páscoa, em cestas que elas mesmas decoravam com flores do campo.   

Para encerrar, nós almoçamos no restaurante abaixo, mas eu não vou descrever todo o cardápio para não dar fome em ninguém. Eu vou lá desde que era pequena e a casa tinha outro dono. Oh dó, quantas lembranças hoje!

Para encerrar mesmo, nós assistimos o filme Chocolate, que trata de uma mulher que abriu uma chocolaterie no início da quaresma em uma cidadezinha da França. O filme é uma delícia, assistam!