Palavras cruzadas

Adoro fazer palavras cruzadas. 

Vocês gostam?

Eu faço desde pequena. Comecei no nível Picolé, do grupo Coquetel, depois passei pelos outros níveis até chegar ao mais difícil. Bem, eu penso que mesmo o mais difícil é sempre uma baita repetição. Pelo menos o infantil era divertido, tinha uns desenhos. Também gosto dos passatempos de lógica. Nem preciso dizer que eu sou a única aqui em casa que faz os passatempos de lógica. Aliás, quando alguém pega uma revista da Coquetel, eu corro e faço tudo o que os outros não fazem: lógica, jogo dos erros, jogos de matemática, de português, essas coisas. Sim, precisa ter um parafuso solto para viver se testando. Vai saber.

Mas o meu pai descobriu palavras cruzadas que não são do grupo Coquetel, são de – mais uma vez, deve ser destino – Poços de Caldas! São do grupo Recreativa e eu adoro essas revistas, pois justamente com essas eu preciso usar a cuca. Claro, meu pai as descobriu há muitos anos, eu cheguei ao nível “super chatice” do Coquetel há dezenas de milhares de anos, ou seja, na adolescência.

Está bem, isso tudo só para explicar que estou quietinha, blogando, enquanto meu pai está sentado no sofá, na sala, mais adiante. E eu digo, “pergunta uma aí”, pois eu adoro me meter nas “crosswords” alheias. E ele tasca umas. Quem mandou pedir?

- Uma letra que pode valer mil?

- Já passei da 1ª série. Me avisa quando tiver alguma coisa interessante.

- O deus sol para os egípcios?

- Não se cansaram dessa ainda? Quem monta palavras cruzadas não conhece outro deus?

- O dono da casa – 3 letras.

- Cão.

- Cão? O cão é o dono da casa?

- Em algumas casas que eu conheço, parece que é sim.

- Aqui pede o DONO da casa, com 3 letras.

- Mãe.

- Mãe o quê? (aqui respondem mamãe e papai)

- A mãe é a dona da casa.

- É amo.

- Que amo? No século XXI? De onde sai essa gente? O senhor vai chegar na casa de alguém e vai perguntar: “quero falar com o amo”? Vai levar porrada!

- sigla automobilística de Bilbao?

- Nunca entendi esse tipo de pergunta.

- Do Brasil é BR.

- Por quê?

- É o que vai na placa.
- Na placa do meu carro não tem nada, quer olhar? Se eu não sei a do meu carro, vou saber a de Bilbao? Sei que fica na Espanha, mas vou saber o raio da sigla automobilística?!

- Iniciais de Vivaldi?

- Passo.

- Famoso parque da capital paulista, inaugurado em 1954, etc. 9 letras.

- Não pode.

- O que que não pode?

- Não pode ter 9 letras.

- Por que não pode?

- Ibirapuera tem 10 letras.

- Mas coube direitinho, Ibirapuera.

- Tô contando aqui nos dedos, deu direitinho, 10 letras. Ai minha mãe, não sei mais soletrar.

- Conta direito, não tem “i” é “era” no final.

- Não diga! Não é “Ibirapoeira”.

- Ah, tá, é isso mesmo. São 10 casas e não 9.

- Tá de brincadeira, né?

O que eu ia comentar é que é preciso modernizar essas palavras cruzadas e excluir tantas repetições. Quando eu pego siglas e deuses egípcios (só aparece o RÁ), tenho vontade de jogar a revista no chão e pisar em cima. Às vezes eu pego umas com vocabulário do arco da velha. Ou pretensiosas demais! Outro dia até duvidei que as soluções encontradas fizessem parte do vernáculo. Do meu vocabulário elas não fazem, com certeza. Aliás, até já esqueci.

Para mais informações, clique aqui para ir até o site da Recreativa.

Ah, e feliz dia dos Pais!