Dia 01: por trás das cortinas

 

Como prometi, cá estou eu, relatando mais uma viagem. Consegui internet gratuita no primeiro hotel e consegui um quarto pronto antes do início da diária (que aqui tem início às 16 horas). Só não postei antes por um singelo motivo: dormi! Eu dormi em todos os voos e ainda cheguei aqui com sono. É inacreditável, eu sei. Porei a culpa no fuso horário.


Por falar nisso, foram 3 voos: de Porto Alegre a São Paulo (90 minutos), de São Paulo a Roma (11 horas) e de Roma a Milão (45 minutos). É de Milão que vos falo agora.

Chegada em Milão

Mas por que razão o título estranho do post? É que eu decidi parar de chorar e de reclamar que estou falida e decidi também que cada centavo que eu paguei (e ainda estou pagando) para viajar na classe executiva (ou business class, que é mais chique) vale a pena. Fui elaborando mentalmente um quadro comparativo, vamos ver. É a minha primeira viagem na classe executiva, então posso estar um pouco (um pouco?) deslumbrada. Na verdade, acredito que todos deveriam ter os mesmos direitos e não viajar espremidos lá no fundão.


Na classe turística ou econômica, você não tem espaço para se mexer, como eu digo sempre, pode encarar como vive uma sardinha enlatada ou pode ir treinando para quando morrer. Você se senta, acha que está confortável, dá até para encarar 12 horas naquele assento mirrado... até que o passageiro da frente resolve reclinar o assento em cima das suas pernas, às vezes, com bandeja e tudo, pois você não terminou o lanche.


Na classe executiva, há uns 2 metros de distância entre uma poltrona e outra, o vizinho da frente pode deitar à vontade. A poltrona reclina toda, até virar uma cama, é muito mais larga. E tem apoio para os pés. Pela manhã, você pode até fazer um alongamento, de tanto espaço que sobra. 


Na classe econômica, você pode escolher a janta: geralmente, frango ou massa, você deve escolher um só prato, e não reclame. Em um dos meus voos, lembro-me que os últimos não tinham opção, pois um dos pratos já havia acabado. Era pegar ou largar. A sobremesa é insossa. O motivo é que os chefs aéreos estão preocupados com a sua saúde: nada de sair da dieta.


Na classe executiva, você recebe o cardápio e a carta de vinhos. Depois que você abre a mesinha, recebe uma toalha de linho branca e 4 talheres. Aí vem a entrada (queijo, pudim de vinho, legumes cozidos no vapor, pães), o primeiro prato (massa com molho de tomate e manjericão e ou um arroz estranho com camarão), o segundo prato (robalo com salada e ou frango enrolado com queijo), a sobremesa (frutas e ou torta de creme de café) e o café. Sim, o "e ou" significa que você pode comer um pouco de cada um. Juro que nunca comi tanto em um avião! Além disso, alternei entre o vinho branco e o tinto, em taças, louças e talheres de verdade e não artigos descartáveis.


Na classe econômica, o café vem na térmica. Na executiva, servem espresso.
Na econômica, se você pede água, ganha um pouquinho lá no fundo do copo. 
Na executiva, cada um ganha uma garrafinha.


Na classe econômica, você é acordado 5 horas antes da chegada ao destino, para ter tempo de tomar o café da manhã. Geralmente, algo bem levinho.
Na classe executiva, o café da manhã é um luxo e é servido 1 hora antes da chegada. 


Opinião final: nunca mais faço uma travessia pelo atlântico pela classe econômica. Simplesmente não vale a pena passar 12 horas em agonia para economizar alguns trocados. Sem falar que o pessoal da "1ª classe" tem direito a uma sala de espera especial, não precisa sentar no chão, que foi o que acabou acontecendo nos aeroportos brasileiros, e acontece diversas vezes, pois nossos aeroportos são muito pequenos. 


Ah! e o melhor da festa foi ganhar esse kit fabuloso da parceria entre Alitália e Bulgari, vejam que coisas mais mimosas!

Máscara para os olhos, meias, tampão para os ouvidos, e na frente, produtos super perfumados. O estojo acompanha.

Veio até emulsão para os lábios, serum para o rosto e escova de dentes. Adivinhem quem usou quase tudo na mesma hora???

Esse é  o kit masculino.

Foi o que deu para colocar na mala, até agora...

Um detalhe que observei: na classe econômica você assiste com horror as pessoas entrando no avião com salto alto e roupas desconfortáveis. Eu não tenho nada contra, cada um veste o que quer, mas fala sério? Por conta de atrasos e de suspeita de bomba, já passei 15 horas dentro de um avião, ao final da viagem, tinha medo de não poder mexer as pernas. Imagina se eu estivesse usando salto! O tênis é meu melhor companheiro de viagem! 
Pois na classe executiva, não vi ninguém usando salto alto, roupas de festa ou maquiagem pesada. 
Bom gente, até amanhã!