Bodas de Ouro

Meus pais completam 50 anos de casados hoje.
Fica aqui uma singela homenagem, apenas uma lembrança. A foto deles fico devendo, pois esqueci de revirar o baú escanear. Fica prometida para a próxima semana. 
Bodas de ouro sem alarde, sem festa, sem comemoração. 
Eles não quiseram nem um presentinho. Ofereci de tudo: viagem de carro, de ônibus, de avião, um cruzeiro, uma festinha em casa, tudo em vão. 
Minha mãe não quis nem trocar ou reformar as alianças - no que eu concordo. Pode dar azar. Não que eu seja supersticiosa... mas elas são de ouro puro e estão bem assim. Só têm 50 anos, podem durar mais 50.


Aqui em casa, temos uma regra: não precisamos de motivo para comemorar. Quando estamos juntos, celebramos. Quando estamos com vontade, presenteamos. 
Acho que somos uma família "do contra".


Foi assim também nas bodas de prata. Não, não foi bem assim. Em vez de festa, meus pais compraram um terreninho e fizeram uma casa na praia. O dinheiro era apertado, mas deu certo. Lembro que o primeiro churrasco foi feito na vala e como não tínhamos espetos, usamos umas taquarinhas. Hoje, com a minha colaboração, temos 3 terrenos e a casa aumentou. E no terceiro terreno temos uma garagem tripla, com direito a churrasqueira. Não é nenhum resort, mas é nossa casa. 


A teoria da minha mãe é que todo mundo sairia insatisfeito da festa. Com o dinheiro da festa, construímos algo sólido. 
Esse exemplo utilizei mais adiante: em vez de festa de debutante, viajei com a minha mãe para Minas e Bahia. Uma viagem de 15 dias em vez de uma noite de festa. E temos viajado desde então, sempre que possível.


Lembro de um professor que dizia que a educação precisa de alicerces fortes, pedras e tijolos, muita argamassa, para não desmoronar. É como uma casa. Uma família também é assim.