- As leis não fazem com que as pessoas fiquem melhores – disse Nasrudin ao rei. – Elas precisam, antes, praticar certas coisas de maneira a entrar em sintonia com a verdade interior, que se assemelha apenas levemente à verdade aparente.
O rei, no entanto, decidiu que ele poderia, sim, fazer com que as pessoas observassem a verdade, que poderia fazê-las observar a autenticidade – e assim o faria.
O acesso a sua cidade dava-se através de uma ponte. Sobre ela o rei ordenou que fosse construída uma forca.
Quando os portões foram abertos, na alvorada do dia seguinte, o chefe da guarda estava a postos na frente de um pelotão para testar todos os que por ali passassem. Um edital fora imediatamente publicado: “Todos serão interrogados. Aquele que falar a verdade terá seu ingresso na cidade permitido. Caso minta, será enforcado.”
Nasrudin, na ponte entre alguns populares, deu um passo à frente e começou a cruzar a ponte.
- Onde o senhor pensa que vai? – perguntou o chefe da guarda.
- Estou a caminho da forca – respondeu Nasrudin, calmamente.
- Não acredito no que está dizendo!
- Muito bem, se eu estiver mentindo, pode me enforcar.
- Mas se o enforcarmos por mentir, faremos com que aquilo que disse seja verdade!
- Isso mesmo – respondeu Nasrudin, sentindo-se vitorioso. – Agora vocês já sabem o que é a verdade: é apenas a sua verdade.
Khawajah Nasr Al-Din, século XIV, Turquia.
Tradução de Alves Moreira.
Extraído do livro: “Os Grandes Contos Populares do Mundo”, organizador Flávio Moreira da Costa, Ediouro, 2005, ISBN 8500014733.
Oi Patty, vim agradecer a visitinha.Muito interesante este livro,estou precisando ler mais.Beijos,Sandraveia
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