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quarta-feira, 14 de setembro de 2011

A Mulher do Meio-Dia



Lembram que eu comentei que não conseguia para de ler A Mulher do Meio-Dia?
Bom, eu parei, obviamente, para ler outros, nesse meio-tempo. Mas nos dois últimos dias (ou noites) terminei a leitura. E agora, o que falar sobre esse livro?
O assunto é: a vida de uma moça alemã, dos 7 aos 47 anos. Pelo que pude me situar, a história começa em 1914 e termina, portanto, em 1954. Nesses 40 anos, vamos acompanhando a vida de Helene e as transformações pelas quais ela passa. Ou seria melhor dizer, as transformações pelas quais a sociedade passa, e que nos são transmitidas pela ótica da Helene. Aos 16 anos, ao chegar em Berlim, o que mais a impressiona são os cabelos, por exemplo, cortados muito curtos. Até os 19 anos da Helene, há uma grande preocupação com as nucas à mostra. Depois disso, ela se preocupa com o trabalho, com os estudos, com a sobrevivência, enfim. 
Helene é filha de pai protestante e mãe judia. Desde o início, nós ficamos pensando que isso não vai dar certo, pois o momento histórico não é adequado. A religião não preocupa Helene, pois chega um momento em que ela não acredita em mais nada. O interessante é que o livro não retrata a guerra, mas os efeitos dela: os milhares de feridos, a escassez de comida, as bombas lançadas sobre os civis. Helene é enfermeira e vê tantas pessoas morrerem que não consegue trocar sequer uma palavra com o filho. Falar o quê? Explicar o quê? E como confidenciar a ele que ambos têm sangue judeu, se há o risco de ele comentar esse fato com alguém? 
O livro conta uma história. Não é agradável, é permeada de desgraças. O questionamento ético fica por conta do leitor. Na minha opinião, Helene não tinha outra alternativa. Ela fez o melhor que podia naquelas circunstâncias. 
Se alguém mais além da Mayara leu, comente! 


6 comentários:

  1. Não conhecia este livro ainda, mas estou lendo muitas coisas sobre o mesmo período (se eu comprar mais um livro com a capa vermelha, acho que a polícia vem me entregar).
    É abominável, não sei como alguém pode ter tido uma vida normal depois da Segunda Guerra. E, mesmo que este livro que vc indicou seja de uma história fictícia, sabemos que todo o contexto não é. Quando eu acho que sei alguma coisa sobre os horrores da guerra, descubro que aquilo ainda é só o começo.

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  2. Não li ainda , mas vou procurar pra comprar , adoro os livros e filmes dessa época, deve ser porque ficava de boca aberta com as histórias que meu avô que me contava da época! Qdo eu ler volto aqui pra pra falar dele tb!!
    bjinhos Patty

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  3. Oi Patty...

    Vim te visitar, através do blog da querida Janini...e gostei muito, já estou te seguindo e voltarei sempre para participar das novidades.

    Aproveitando...AMO uma boa leitura, pena ter pouco tempo!!

    Grande abraço

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  4. Oi Patty! Creio que esse livro deve ser bem forte, histórias que retratam esse momento tão sofrido geralmente são impactantes.
    Bjos, Lú.

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  5. Oi Patty, fiquei pensando muito no email que você me mandou, sobre como é dificil quando estamos vivendo u m momento, perceber que ele pode mudar toda nossa vida - uma escolha errada e tudo muda. Fiquei feliz que você tenha gostado do livro, e empolgado na história, assim como eu. Eu não sei se eu teria tido a coragem da Helene, apesar de que tempos desesperados pedem medidas desesperadas, não é? É difícil julgar sem viver o momento histórico. Enfim, boa sexta feira!

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  6. Veja você que este fato tão aterrador, rende ainda hoje ótimos livros. Este desconhecia. Vou acrescentar a minha lista.

    Abraços

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