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segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Mira-Olho


Theodore tem um dom: ele enxerga a verdade nas pessoas, por trás de suas fachadas, de seus atos e palavras. Theodore vive um dilema: viver a realidade ou se deixar enganar pelo que aparenta ser belo.
É como alguém lhe disse: às vezes, a verdade é triste.

Eu sei o que o Theo escolheu, mas e você, o que escolheria?

Esse livro tem um diferencial: a narrativa é bela, filosófica, em linguagem de alto nível. Nada de gírias ou um português atropelado. 
Ainda não sei o que pensar desse livro, então acho que valeu a pena lê-lo.

Trecho:
“Curvada sobre as pernas e com o diário nas mãos, escondeu-se atrás da escrivaninha como se devesse proteger tão insólito segredo. Depois acompanhou linha por linha as palavras manuscritas que se sucederam abundantes, enquanto sentia sua cabeça girar. Por alguns segundos, as letras apertadas de Badu lhe pareceram um enigma indecifrável, mas logo se encaixaram descuidadas, abrindo as portas de uma realidade intolerável.
Com os olhos calados, folheou página por página, corajosamente.
No início, chegou a pensar que aquelas revelações não passassem de delírios de um homem brilhante e criativo demais. Teve a nítida sensação de estar lendo um romance surpreendente. No entanto, logo perdeu todo o sangue-frio e quando acendeu a luminária, pousou o diário sobre a mesa com certa repulsa. Suas mãos tremiam. Realmente um pedaço de sua vida estava naquelas frases reveladoras de verdades, quase impossíveis de imaginar. Prosseguiu a leitura em silêncio durante praticamente toda a noite e as lágrimas desaguaram pesadas sobre as rasuras póstumas.
Foram os fachos de luz da manhã que a surpreenderam apoiada sobre a mesa, sem forças. Não mais chorava”.

3 comentários:

  1. obrigada por compartilhar
    otimo dia
    bjs

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  2. Não sei qual foi a escolha dele, mas esse assunto rolou por aqui hoje eu falava o quanto dever ser uma tortura ter um dom - que foi acha que exagero? Não!! Eu não sei se poderia abrir mão da minha independência, da minha (in)sanidade, da minha ignorância que por muitas vezes a gente pensa que não, mas é um previlégio...

    Espero que ele tenha optado pelo melhor.

    Muita Luz e Paz
    Abraços

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  3. Oi Patty, Deus me livre de uma maldição dessas! Acho que seria mais doloroso viver no mundo "real", não sei se o escolheria...Vc podia contar o que ele escolheu! :P

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