Num dia desses, minha irmã resolveu me acompanhar numa das minhas viagens a trabalho. São 8 horas de viagem de ônibus, à noite, para chegar numa cidade desconhecida para ela. Malas prontas, vamos lá.
Nós duas, bem educadas pela Mama, somos gurias que falam baixinho entre si quando estão em público, não dão risadas escandalosas, pedem licença, cumprimentam, etc e tal. Mama sempre foi daquelas que nunca precisou passar o laço. Era só dar uma olhadinha e pronto. E sempre nos ensinou as coisas que moça direita não faz.
Pois naquele dia, ou melhor, noite, houve um festival de galinhagem no ônibus, que é como chamamos por aqui.
As moças (estou sendo boazinha) entraram em Campo Bom. Uma moça com bebê e uma bem mais velha, sozinha. Já foram dizendo o destino: uma vai pra Iraí, a outra, pra Frederico.
A primeira ligação foi pra casa. A tal da moça, Katieli, mãe do Davi, falando com o marido ao telefone. Até o David falou no telefone. Mal exemplo vem de casa. O cunhado vai buscar na rodoviária. Ótimo.
Depois a Suzi. Vai viajar porque está estressada. Está se mudando de mala e cuia pra Frederico. Já avisou o namorado? Ainda não. Mas já já consegue o sinal: Júlio, tô indo. Te amo. Claro que te amo. Tu tá em cima do telhado? Só assim pra conseguir sinal? Etc.
A essas duas se junta a Sandra. Ela passou uma semana em São Leopoldo com os dois filhos, longe do marido. Pelo assanho, concluo que a separação foi boa, ou que ela está ansiosa pelo retorno. Sandra não cala a boca, mas quando a bebê tenta falar, ela manda calar a boca.
O que a bebê da Sandra quer é leite. Por isso a Sandra quase leva uma surra de outra passageira, uma jovem com necessidades especiais que está sentada ali próxima. Ela diz, mas vovó, eu não suporto choro de criança.
O trio de amigas não dorme e não cala a boca até a chegada em Frederico. Fiquei curiosa para saber do desfecho entre Suzi e Júlio, pois os últimos arranjos estavam nesse pé: ele ia pegá-la de moto na rodoviária, mas não tinha combustível. E estava bêbado. Ele mora com os pais, que estavam acordados desde às 4h da manhã. Suzi ainda não conhecia a família do namorado. E ela rindo no ônibus enquanto passava perfume.
Juro que não inventei nada. Até suprimi alguns detalhes.
não se se choro ou dou risada
ResponderExcluirExatamente.
ExcluirEu quando recebo ligação e estou no ônibus atendo apenas para responder: "Estou no ônibus" e desligo. Acho insuportável as pessoas compartilhando suas informações pessoais assim. Ou pior fazendo com que a gente ouça até aquela infame musica gospel.... (aqui acontece sempre e me irrita - e olha são só 2 horas de trecho corrido).
ResponderExcluirE o pior são as clientes TIM que pagam só 25 centaRROS e falam por horas a fio, nestas horas o sinal não cai....
Mas vejo que suas "viagens" vão render ótimos posts com ainda mais com o povo fornecendo material bom, assim...kkk
Abraços
Justamente, Adelaide. As 3 amigas trocaram números de telefone ao final da viagem. A Suzi tem celular da Tim, pra falar o dia todo por R$0,25. Deveria ser proibido.
ResponderExcluirPatty,
ResponderExcluirEu falei que estava com saudades dos seus textos. Esse aqui é um bom exemplo do motivo.
Ri do começo até o fim. Quando eu achava que não tinha como piorar, piorava.
Já viajei muito de ônibus na época da faculdade, pá todo final de semana voltava pra casa dos meus pais. Às vezes aconteciam essas coisas inacreditáveis, que na hora irritam e depois viram histórias pitorescas.
E a sua irmã? Acho que ela não vai querer te acompanhar de novo tão cedo!
Gente que tortura hein....kkkkk, parabéns por aguentar eu no seu lugar teria reclamado.
ResponderExcluirPatty não sei o pq mais o link do meu blog na sua lista de blog está redirecionada para um site um tanto estranho que não tem nada a ver com meu blog?
Bjs
blogperfumedepitanga.blogspot.com/